O Cristo está sem altar em todos os altares...
E nos terreiros, procissões, mesquitas, igrejas e templos...
Lá ele canta, renovando em nós o povo peregrino.
Ouço-te, ó Cristo, cantar ao som dos tambores seculares africanos,
festejando a partilha da água e do pão.
O irmão é acolhido pelo coração puro, nada de cascas ou personas
doutrinárias.
A irmã que chega é bem-vinda, não importa se ela traz consigo a imagem de
irmã...
Neste novo tempo, vejo o Cristo sentado ao lado dos grandes profetas, vendo
a Deus face a face, sem exigir confissões de ninguém para comer em sua
mesa...
Agora, irmanados que estamos pelos corações livres de pecados, amarras
doutrinárias, sectarismos, punições, culpas ou remissões, chamamos a Deus de
pai, de mãe, de irmão e de irmã...
Vejo o Cristo livre das convenções dos cargos hierárquicos ou da autoridade
fechada em si mesma...
Ele é um servo, ele, o pastor...
Ele canta na língua materna da terra...
Ele celebra junto com o povo, na mesa da partilha...
Ele chama as crianças, as viúvas, os sem voz, para o seu altar sem
santos...
E eis que os santos surgem sem altar...
Então, a vida é parte deste momento...
Tudo se reconcilia, religando o céu à terra...
E o Cristo renasce como estrela cintilante no céu de nossas constelações
irmanadas.
A todos os altares, o mesmo amor e graça.
Jorge Leão
13 de fevereiro de 2013
Um comentário:
Para abordar o assunto ecumenismo e liberdade religiosa no momento atual, propício para grupos de estudo e seminários que se dedicam a esta temática,
abraçs
grato pela atenção,
Jorge Leão
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