quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

O Cristo está sem altar em todos os altares...

O Cristo está sem altar em todos os altares...


E nos terreiros, procissões, mesquitas, igrejas e templos...

Lá ele canta, renovando em nós o povo peregrino.

 
Ouço-te, ó Cristo, cantar ao som dos tambores seculares africanos,

festejando a partilha da água e do pão.

 
O irmão é acolhido pelo coração puro, nada de cascas ou personas doutrinárias.

A irmã que chega é bem-vinda, não importa se ela traz consigo a imagem de irmã...

 
Neste novo tempo, vejo o Cristo sentado ao lado dos grandes profetas, vendo a Deus face a face, sem exigir confissões de ninguém para comer em sua mesa...

Agora, irmanados que estamos pelos corações livres de pecados, amarras doutrinárias, sectarismos, punições, culpas ou remissões, chamamos a Deus de pai, de mãe, de irmão e de irmã...

Vejo o Cristo livre das convenções dos cargos hierárquicos ou da autoridade fechada em si mesma...

Ele é um servo, ele, o pastor...

Ele canta na língua materna da terra...

Ele celebra junto com o povo, na mesa da partilha...

Ele chama as crianças, as viúvas, os sem voz, para o seu altar sem santos...

E eis que os santos surgem sem altar...

Então, a vida é parte deste momento...

Tudo se reconcilia, religando o céu à terra...

 
E o Cristo renasce como estrela cintilante no céu de nossas constelações irmanadas.

A todos os altares, o mesmo amor e graça.


Jorge Leão

13 de fevereiro de 2013

Um comentário:

filosofia com arte disse...

Para abordar o assunto ecumenismo e liberdade religiosa no momento atual, propício para grupos de estudo e seminários que se dedicam a esta temática,
abraçs
grato pela atenção,
Jorge Leão