sábado, 12 de julho de 2008

Reaprendendo a pensar

Aqui seguem mais textos interessantes das turmas de Design, nas aulas de filosofia, sobre o papel da filosofia no mundo, abraços quixotescos,
Jorge Leão

Reaprendendo a pensar

De modo universal, com a vida contemporânea, muita coisa mudou com o ensino da filosofia e do pensar por extensão. E para pior. Com o passar do tempo, os pensamentos, as concepções e as ideologias também. Hoje, são poucas as idéias, ou referências de personagens da Grécia do século VI a. C., que ainda sobrevivem, pelo menos em parte.

Tomemos como base o estudante da atualidade. Ele não pensa, não observa, e são poucos aqueles que possuem metas rumo ao conhecimento, a maioria nem as tem. A única explicação possível para isso está nos vestibulares e concursos, pois os alunos de hoje só estudam aquilo que é posto nos editais, para eles não há necessidade de estudar algo que não os beneficiará. E é nesse quadro que se encaixa a filosofia, mais precisamente o pensar.

Mas, por que o pensar se enquadra nessa situação? O pensar não é simplesmente um exercício de reflexão interior para poucos usufruírem. A verdade é que as pessoas não usufruem, não buscam. Tudo que elas precisam para serem classificadas em um vestibular ou concurso outras pessoas já pensaram por elas.

Mas, o que fazer para resgatar ainda na escola o sentido do pensar? Não seria fácil mudar opiniões já formuladas e nem seria uma realização de prazo curto, pois ao introduzir novos meios de ensino para enfatizar o pensar, deve haver uma adequação do aluno ao novo ensino, o que não seria fácil, se não fossem utilizados meios que “induzissem” os alunos a pensar. Mas... que meios? Já paramos para pensar quantos alunos gostam ou pelo menos apreciam estarem na realização de projetos, gincanas, ou outros eventos na escola? Então, por que não reformular esses meios, fazendo com que eles não favoreçam diretamente o entretenimento, mas que sejam um veículo que leve o aluno a pensar? Ocorreria, assim, independente de lenta, uma transformação na forma de raciocinar dos mesmos. Em decorrência disso, os alunos que eram “obrigados” a pensar, a buscar, a investigar, o fariam por vontade própria.

O papel do professor e do aluno nesse processo vai além de apenas ensinar e aprender. Para se estabelecer um consenso, ambos deveriam interagir de maneira parecida, sem que haja algo que separe o professor de seu aluno na busca por conhecimento.

Mayra Francisca Lisboa
Estudante da Turma 205 / Design Gráfico / CEFET-MA

Um comentário:

filosofia com arte disse...

Textos como esse nos estimulam a continuar no caminho da filosofia, com essas mentes brilhantes que aprendemos a conviver no CEFET-MA. Continuem a escrever, e registraremos com prazer em nosso blog. Obrigado, Mayra, por sua bela contribuição. Valeu mesmo! Jorge Leão